4º Encontro do Grupo de Estudo sobre o livro Enriqueça o Cérebro

Em nosso último encontro, 29/08, iniciamos o estudo do capítulo 3 do livro “Enriqueça o cérebro” de Eric Jensen.

Retomamos a ideia de que mudanças ocorrem em nosso cérebro e essas alterações resultam da interação entre o ambiente e os genes ou dos efeitos ambientais diretos.

Por enriquecimento, entendemos como “uma resposta biológica positiva a um ambiente de contraste, no qual mudanças mensuráveis, sinergéticas e globais ocorrem”. Sempre que a palavra enriquecimento for usada, vem descrever algo que afeta o indivíduo diferentemente, e é mais abrangente, eficaz e duradoura do que a aprendizagem básica do dia a dia.

Outras considerações:

Ø  O cérebro não consegue absorver todos os novos ensinamentos de forma ilimitada. Se conseguisse, causaria instabilidade e sobrecarga sobre os aprendizados mais velhos.

Ø  Um ambiente mais complexo, agitado, altera fisicamente a estrutura física dentro do cérebro. Um ambiente melhorado, ajuda os neurônios a sobreviver. Essas mudanças no cérebro enriquecidas por ambientes mais complexos, revelam melhora no funcionamento e desenvolvimento em áreas relacionadas a capacidade cognitiva, aprendizagem, memória e recuperação.

Ø  O estímulo ambiental aprimorado pode afetar o cérebro de muitas maneiras. Seis efeitos são apontados por Jensen: alostase metabólica, estruturas anatômicas aprimoradas, aumento na conectividade, resposta e eficiência de aprendizagem, aumento da neurogênese e fatores de geração e cura de traumas e distúrbios do sistema. Resumidamente, do que se trata cada item:

 1.       Alostase refere-se a um reajuste dos níveis cerebrais básicos. O estímulo ambiental pode melhorar a corrente sanguínea no cérebro bem como aumentar o nível de substâncias químicas importantes para a aprendizagem, o humor e a cognição.

 2.       As estruturas anatômicas aprimoradas melhoram o sistema vascular do cérebro que, por sua vez, aumentam o nível de oxigênio para os neurônios.

 3.       O aumento na conectividade do cérebro está relacionado a possibilidade de ocorrerem novos circuitos no cérebro, permitindo maior comunicação entre os neurônios, criando novas sinapses.

 4.       Capacidade de resposta e eficiência de aprendizagem: após estímulos frequentes, os neurônios se modificam e se tornam mais capazes de responder a estímulos. Um ambiente enriquecido pode sustentar o processo de potencialização de longa duração, melhorando os próprios caminhos da aprendizagem.

 5.       Aumento da neurogênese e fatores de geração: os fatores de geração referem-se a substâncias químicas sérias que regulam e sustentam a gênese e a sobrevivência de células cerebrais, tendo sido, inclusive, conectadas ao aumento no nível de cognição. Não só podemos produzir mais neurônios mas também melhorar sua sobrevivência.

 6.       Cura de traumas e transtornos do sistema: estudos indicam a possibilidade de auxiliar no progresso de aprendizes com déficit de aprendizagem e necessidades especiais por meio de programas de enriquecimento do cérebro.

Fatores que contribuem para o enriquecimento do cérebro: atividade física, aprendizados novos, desafiadores e significativos, complexidade coerente, níveis de estresse sob controle, suporte social, boa alimentação e disponibilidade de tempo.

Em nosso próximo encontro, 05/09, daremos continuidade ao capítulo 3.

Sugestão de filme: “O tempero da vida”.

Um abraço, GEA.


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GAE

 

Grupo de Estudo
Este grupo de pesquisa iniciou suas atividades em 2004, compondo a linha Teoria e Prática do Programa de Pós Graduação Strito Sensu em Educação da PUCPR.
As primeiras pesquisadoras (Arlete, Evelise, Isabel, Laura, Simone e Sonia), seis psicopedagogas, tinham clareza e determinação com relação ao objeto de estudo – o processo de aprendizagem.
O primeiro projeto foi batizado com o nome O aprendente do seu aprender e do aprender do outro, que visava identificar e analisar as estratégias de aprendizagem das crianças da 1ª série do Ensino Fundamental, assim como os estilos de aprendizagem e ensino das professoras.
Em 2006, por necessidade de alinhamento ao programa, a mesma pesquisa passou a ser denominada Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente. A parceria com a Rede Municipal de Ensino de Curitiba o contato com 25 escolas, 403 crianças, 82 professoras alfabetizadoras e 77 ambientes educativos. Como conclusão do estudo, muitas dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão, artigos em periódicos e eventos científicos foram apresentados, culminando com a publicação do livro – Alfabetização. Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente. Curitiba: Champanhat, 2011.
Em 2009 foi elaborado o segundo projeto de pesquisa – Aprendizagem e Conhecimento na Ação Educativa, com o objetivo de atender o segmento da Educação Infantil e conhecer as representações construídas pelas professoras sobre o seu papel docente. Este projeto obteve financiamento do CNPQ e da Fundação Araucária. Primeiramente, a pesquisa foi realizada em uma escola privada de Educação Infantil de Curitiba, que possibilitou o estudo piloto e a reorganização da metodologia. A segunda etapa, em nova parceria com a rede Municipal de Ensino de Curitiba, foi desenvolvida em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Esta pesquisa deu origem a vários artigos científicos, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, desenvolvimento de material pedagógico e, a elaboração de um novo livro.
Em 2012 o grupo de pesquisadores se ateve a construção do terceiro projeto de pesquisa denominado – Aprendizagem e Conhecimento na Formação Continuada, cujo objetivo é promover espaços de intervenção na formação continuada de professores, para a ressignificação de suas aprendizagens como pesquisadores de suas práticas pedagógicas visando a potencialização da aprendizagem discente, na perspectiva da transformação da realidade complexa, nos diferentes contextos educativos. O projeto envolve a realidade educativa da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Universitário.
Hoje, o GAE conta com mais de 20 pesquisadores, que se reúnem semanalmente, para estudar, refletir, discutir, construir, analisar conceitos, idéias, dados observados e vividos, no movimento desafiador de aprender no e com o grupo. Aprendizagem, ensino, escola, estratégias e estilos de aprendizagem e ensino, metacognição, formação de professores e ambiente educativo são temas privilegiados por este grupo.
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GEA
 
Grupo de Estudo
O GEA iniciou suas atividades em 2005, na PUCPR, com o objetivo de estudar o conceito e as pesquisas sobre aprendizagem na perspectiva de autores que privilegiam este processo nas suas pesquisas.
Os encontros acontecem semanalmente, tendo como premissa oferecer um lugar onde o desejo de estar junto para aprender seja o disparador do estudo sobre a aprendizagem humana.
Faz parte deste grupo alunos da graduação, especialização, mestrado, doutorado, assim como profissionais da Educação e
professores de diferentes áreas do conhecimento. Sem sombra de dúvida, é a diversidade de perfis dos integrantes que dá o “colorido” ao trabalho.
Na coordenação do GEA contamos sempre com a organização de um dos participantes, garantindo a qualidade dos trabalhos.
Neste espaço acontece a discussão dos temas, previamente selecionados e individualmente elaborados, que no grupo são ampliados e ressignificados, considerando as experiências e conhecimentos prévios dos participantes. São momentos de trocas que permitem repensar a prática e fundamentar a teoria que a sustenta.
A partir desta experiência grupal, pesquisas, livros, artigos em periódicos e livros, dissertações e teses, trabalhos de conclusão de curso são construídos.
É um grupo de estudo aberto à comunidade. Se você ficou com vontade de estar conosco, entre em contato fazendo um comentário ou encaminhando um e-mail.
Estamos lhe esperando!
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