O trabalho aqui apresentado é o resultado de interpretação dos memoriais e entrevistas realizadas com grupo de professoras de ensino fundamental. Durante dois meses no ano de 2016, o grupo de estudos da PUC-PR em aprendizagem e conhecimento na formação continuada, conduziu um curso com tarefas semanais para professoras de uma mesma instituição de ensino. Dentre as tarefas, foi solicitado um memorial a cada professora, bem como foram realizadas entrevistas semiestruturadas individualmente. Nos textos escritos nos memoriais pelas professoras, assim como na leitura das entrevistas transcritas, a interpretação do fenômeno pelos pesquisadores estendeu-se para o distanciamento da comunicação, onde cada um revelou sua historicidade na experiência da vida até o momento em que se definiu profissionalmente. O fenômeno que se evidencia na tradição reflexiva sugerida por Ricoeur (2013), enfatiza a autoconsciência e o autoconhecimento, além do conhecimento que o indivíduo tem do mundo no momento em que faz contato com algo que o mobiliza. Para o mesmo modelo reflexivo definido para essa interpretação, o ser humano não tem conhecimento direto ou imediato de si mesmo, mas pode se conhecer e aprender de forma indireta, considerando suas relações no mundo objetivo e nas ações nele como resultado. Nesse sentido, o fenômeno que foi observado na escuta das entrevistas e na leitura dos memoriais, se construiu a partir de cinco temas como critérios da textualidade ou como mediação: a) a efetuação da linguagem como discurso; b) o discurso como obra; c) a relação entre fala e a escrita; d) o mundo do texto; e e) compreender-se diante da obra. O resultado demonstra que nas várias experiências das professoras e na forma como se relacionam com as histórias, indica bom nível de satisfação e de muita gratidão pelos caminhos que conduziram para a escolha profissional.
A história de vida de professores: a hermenêutica da gratidão profissional
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