AUTOR: Jussara Sant´Ana de Melo
RESUMO: Esta dissertação tem como objetivo geral analisar o serviço do Atendimento Educacional Especializado na Sala de Recursos Multifuncional – Tipo I, para constatar a presença ou ausência do trabalho colaborativo na perspectiva dos professores do ensino regular e alunos atendidos na SRM de uma escola da rede estadual do Paraná na cidade de Curitiba, tendo em vista que os resultados contribuirão para a tomada de consciência e autorregulação em relação ao trabalho que será desenvolvido futuramente. No estado do Paraná, a Deliberação n.º 02/2016-CEE/PR, que dispõe sobre as normas para a modalidade Educação Especial no sistema estadual de ensino do Paraná, define quatro categorias de atendimento para a sala de recursos multifuncionais: Tipo I – sala de recursos multifuncionais em deficiência intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento, transtornos funcionais específicos; Tipo II – sala de recursos multifuncionais em surdez; Tipo III – sala de recursos multifuncionais em deficiência visual e Tipo IV – sala de recursos multifuncionais em altas habilidades ou superdotação. No município de Curitiba/PR, conforme dados do ano base de 2021, verificou-se a existência de 155 escolas estaduais, das quais 88 escolas oferecem o serviço de Atendimento Educacional Especializado na Sala de Recursos Multifuncionais – Tipo I, objeto desta pesquisa. Os autores mais consultados foram Damiani (2008), Pinto e Leite (2014), Vilaronga (2014), Miranda (2015), Braga, Prado e Cruz (2018), Dias (2018), entre outros. A metodologia de pesquisa utilizada foi a qualitativa. Os participantes foram dezoito professores do ensino comum e dezesseis alunos matriculados na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) da escola, local da pesquisa. Os instrumentos para coleta de dados foram a pesquisa documental da escola, a entrevista semiestruturada e a roda de conversa. Como resultados constatou-se, de modo geral, que não há a presença do trabalho colaborativo entre a professora da SRM e os professores do ensino comum, pois as ações isoladas, unilaterais e esporádicas praticadas na escola, não são reconhecidas como trabalho colaborativo, com base na fundamentação teórica, mas sim como ações de cooperação. Entretanto, perceberam-se alguns indícios da presença do trabalho colaborativo na fala de uma pequena parcela dos professores, demonstrando a importância e a viabilidade de sua aplicação na escola, revelando que os professores valorizam o trabalho colaborativo, porém o que predomina são as ações de cooperação. Quanto aos dados dos alunos, verificou-se a necessidade de uma intervenção sobre o fato deles atribuírem unicamente à professora da SRM a função do desenvolvimento da aprendizagem, isentando os professores das disciplinas desse processo. A partir da identificação das fragilidades que se apresentam como obstáculos no desenvolvimento do trabalho colaborativo como: a falta de tempo, formação insuficiente, professores resistentes e inflexíveis, foram propostas algumas ações de curto e longo prazo para que haja um cenário favorável ao trabalho colaborativo, sendo este parte das atribuições do professor da SRM, havendo, desse modo, a necessidade de uma maior dedicação por parte dos envolvidos.
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