O propósito deste artigo foi investigar as concepções epistemológicas de aprendizagem de professores (n = 12) no decorrer do programa de formação continuada de uma Escola de Educação Básica Modalidade Especial de Curitiba/PR. A pesquisa qualitativa desenvolveu-se a partir da perspectiva fenomenológica hermenêutica, apoiando-se na Teoria das Representações Sociais como um recurso teórico e metodológico para a análise dos dados. Foi utilizado o software IRAMUTEQ para análise estatística dos dados obtidos por meio do protocolo de observação dos encontros. O programa de formação continuada aconteceu em oito encontros com duração de duas horas cada. A cada encontro, um pesquisador registrava as falas dos participantes (registro da temática), e outro, os movimentos do grupo (registro da dinâmica). Os registros das falas dos professores no decorrer dos encontros formaram um corpo textual que foi submetido à análise de similitude e a representação gráfica nuvem de palavras pelo software IRAMUTEQ, dando origem às categorias de análise. As concepções epistemológicas de aprendizagem inatista e empirista coexistiram nas representações sociais dos professores. As concepções estavam ancoradas na visão organicista da deficiência e em ideias que reforçam a falta e não as potencialidades das crianças com deficiência. Em consequência, os professores atuam no preparo da criança com deficiência para sua integração na sociedade, e não em ações educativas voltadas a sua inclusão efetiva na sociedade. Os resultados remetem à formação continuada do professor, ao fomento de discussões reflexivas junto à equipe pedagógica sobre o papel da escola especial e ao incentivo do trabalho interdisciplinar na instituição.
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