Autora: Claudia Sebastiana Rosa da Silva
Orientadora: Evelise Maria Labatut Portilho
Resumo: Ao considerar os pedagogos como os principais profissionais que contribuem para a formação de professores e encontram-se associados à cultura da instituição, esta tese objetiva interpretar como a cultura escolar impacta nas práticas e rituais, nas relações profissionais e interpessoais e na formação continuada do pedagogo escolar de uma instituição estadual de Curitiba-PR e o contexto pandêmico de 2020/2021. A metodologia de abordagem fenomenológica hermenêutica, na modalidade estudo de caso, apresenta a construção de dados de forma longitudinal em três etapas da Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Identidade Profissional do Pedagogo, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Prática Docente do Programa Stricto Sensu em Educação da PUCPR. A primeira etapa foi um programa de formação continuada oferecido a 16 pedagogos da Educação Básica; a segunda etapa consistiu em assessorias pedagógicas; e na terceira etapa, a pesquisa foi direcionada a uma escola da rede pública estadual de Curitiba – PR. Como instrumentos para coleta de dados da pesquisa foram utilizados o Protocolo de Observação de um Encontro de Formação com pedagogos, o Protocolo de Observação das Assessorias Pedagógicas, o Protocolo de Observação dos Conselhos de Classe, as entrevistas semiestruturadas, a análise documental do Projeto Político Pedagógico e o questionário on-line. As categorias elencadas para análise dos dados foram: práticas e rituais, relações profissionais e interpessoais e formação continuada do pedagogo escolar. A fundamentação teórica está apoiada em: Gadamer (1999, 2007), Geertz (1978), Libâneo, (2001, 2010, 2018), Nóvoa (1995a, 1995b, 2009), Placco (2004, 2008, 2009), Portilho (2011), Portilho et al. (2018), Saviani (1999, 2008), Schein (1992), Viñao Frago (1995, 2001), Yin (2010), entre outros. Os resultados evidenciaram a ausência de formação continuada específica para o pedagogo das escolas estaduais do Paraná e, ao mesmo tempo, o reconhecimento dessa formação como sendo essencial em razão das demandas atuais, da produção do conhecimento para a realização de ações concretas e coletivas na escola. A cultura escolar da instituição revelou que a escola é um canal de socorro e uma referência para a comunidade pelos serviços prestados e que estes se sobrepõem ao ensino oferecido. Os pedagogos apontam dificuldades para a mudança da cultura que se institui num sistema de moeda de troca devido às políticas públicas da rede estadual de ensino amparadas pela escola, favorecendo a rotatividade dos professores. As dificuldades dos estudantes com a conexão das tecnologias digitais acentuaram as desigualdades de acesso à educação durante a pandemia da COVID-19, período em que a escola desenvolveu ações relacionadas ao acesso dos alunos às plataformas de ensino em detrimento às ações voltadas para o processo de ensino aprendizagem. As práticas e os rituais, as relações interpessoais e profissionais e a formação continuada do pedagogo impactaram, num movimento recíproco, na cultura escolar dessa
instituição e foram potencializados pelo contexto pandêmico de 2020/2021. As experiências, as escolhas, as necessidades, os interesses e as interpretações que os profissionais realizam são reflexos da sua cultura e da cultura da escola em um movimento dialético, que se chocam e se modificam continuamente.
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