6º e 7º Encontro do Grupo de Estudo sobre o livro Enriqueça o Cérebro

A seguir nossas principais discussões sobre livro.

 

Entre as principais considerações podemos destacar:

 

  • O cérebro humano está em constante mudança. A taxa de desenvolvimento cerebral torna os humanos suscetíveis a influências mais duradouras da experiência pré-natal. Essa suscetibilidade pode ser descrita de duas maneiras: maleabilidade do cérebro e neuroplasticidade. A maleabilidade refere-se à capacidade do cérebro de mudar em função de experiências de longa duração. A neuroplasticidade se refere à organização cortical, quando o cérebro muda em função de uma experiência específica.
  • As mudanças no cérebro ocorrem independentes da experiência, a partir de expectativas em relação à experiência e há mudanças que dependem da experiência.
  • O cérebro da criança em fase de crescimento é vulnerável a experiências boas e ruins. A maturidade é uma questão importante, pois sem os lobos frontais maduros, o cérebro da criança não consegue entender, racionalizar, dispensar ou até mesmo refletir sobre as mais simples experiências da vida.
  • Os cérebros recebem a cultura. Eles sugam imagens, sons, ações, conversas, descasos, traumas, emoções e valores durante o tempo em que a criança está acordada. Por isso a importância de pensar  nas escolhas que se faz para as crianças. A criança transfere o que recebe sem discernimento, sem edição, que molda o mundo da criança pequena de modo poderoso e duradouro.
  • Deve-se evitar os programas de televisão para crianças com menos de 2 anos. Esse é o momento para a criança socializar, engatinhar, explorar, caminhar, experimentar coisas novas, construir coisas, aprender jogos e ser protegida de uma programação violenta, rápida e sem sentido.
  • Quanto maior for a quantidade de conversas dos pais (mais palavras, palavras longas, frases completas) entre o nascimento e os 3 anos, melhor será o vocabulário da criança.
  • As informações absorvidas pelo cérebro são responsáveis pela alteração do “peso” das sinapses (entre os neurônios). A alteração do peso ajuda a formar novas redes neurais complexas com base na experiência de vida. Sinapses que não são utilizadas desaparecem, enquanto as novas se fortalecem através do uso. Se as experiências forem negativas, o cérebro obtém o inverso do enriquecimento.
  • A adolescência é uma passagem de mudanças drásticas na biologia, na cognição, a emoção e nas relações interpessoais. Os lobos frontais, são a última área a amadurecer, sofrendo mudanças dramáticas. As células da massa cinzenta do cérebro tornam-se altamente receptivas a novas informações. Mas não conseguem se empolgar com o que está distante por isso procuram níveis mais altos de novidades e estímulos para atingir o mesmo nível de prazer. Riscos, recompensas e diversão dirigem os cérebros adolescentes.
  • Os adolescentes não devem ser tratados como adultos; eles não são. E possuem razões biológicas para isso: susceptibilidade, falta de planejamento, miscelânea de emoções, dificuldade de autorregulação e são vulneráveis a correr riscos.
  • De modo geral, os adolescentes não possuem muitas habilidades premonitórias, e esta é uma razão por que eles têm tantas dificuldades. Seus cérebros simplesmente não amadureceram ainda.
  • A tendência natural do cérebro adolescente é explorar, arriscar-se e socializar. O papel dos pais é a mediação.

 

Concluindo este capítulo:

 

  • O cérebro se modifica como resultado da experiência.
  • As experiências das crianças de hoje são diferentes das crianças de gerações anteriores. Isso indica que seus cérebros são diferentes.
  • Precisamos fazer escolhas com seriedade, não estamos falando de um cérebro apenas, mas sim da vida que é bem vivida ou desperdiçada.

 


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GAE

 

Grupo de Estudo
Este grupo de pesquisa iniciou suas atividades em 2004, compondo a linha Teoria e Prática do Programa de Pós Graduação Strito Sensu em Educação da PUCPR.
As primeiras pesquisadoras (Arlete, Evelise, Isabel, Laura, Simone e Sonia), seis psicopedagogas, tinham clareza e determinação com relação ao objeto de estudo – o processo de aprendizagem.
O primeiro projeto foi batizado com o nome O aprendente do seu aprender e do aprender do outro, que visava identificar e analisar as estratégias de aprendizagem das crianças da 1ª série do Ensino Fundamental, assim como os estilos de aprendizagem e ensino das professoras.
Em 2006, por necessidade de alinhamento ao programa, a mesma pesquisa passou a ser denominada Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente. A parceria com a Rede Municipal de Ensino de Curitiba o contato com 25 escolas, 403 crianças, 82 professoras alfabetizadoras e 77 ambientes educativos. Como conclusão do estudo, muitas dissertações de mestrado, trabalhos de conclusão, artigos em periódicos e eventos científicos foram apresentados, culminando com a publicação do livro – Alfabetização. Aprendizagem e Conhecimento na Formação Docente. Curitiba: Champanhat, 2011.
Em 2009 foi elaborado o segundo projeto de pesquisa – Aprendizagem e Conhecimento na Ação Educativa, com o objetivo de atender o segmento da Educação Infantil e conhecer as representações construídas pelas professoras sobre o seu papel docente. Este projeto obteve financiamento do CNPQ e da Fundação Araucária. Primeiramente, a pesquisa foi realizada em uma escola privada de Educação Infantil de Curitiba, que possibilitou o estudo piloto e a reorganização da metodologia. A segunda etapa, em nova parceria com a rede Municipal de Ensino de Curitiba, foi desenvolvida em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Esta pesquisa deu origem a vários artigos científicos, dissertações, trabalhos de conclusão de curso, desenvolvimento de material pedagógico e, a elaboração de um novo livro.
Em 2012 o grupo de pesquisadores se ateve a construção do terceiro projeto de pesquisa denominado – Aprendizagem e Conhecimento na Formação Continuada, cujo objetivo é promover espaços de intervenção na formação continuada de professores, para a ressignificação de suas aprendizagens como pesquisadores de suas práticas pedagógicas visando a potencialização da aprendizagem discente, na perspectiva da transformação da realidade complexa, nos diferentes contextos educativos. O projeto envolve a realidade educativa da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Universitário.
Hoje, o GAE conta com mais de 20 pesquisadores, que se reúnem semanalmente, para estudar, refletir, discutir, construir, analisar conceitos, idéias, dados observados e vividos, no movimento desafiador de aprender no e com o grupo. Aprendizagem, ensino, escola, estratégias e estilos de aprendizagem e ensino, metacognição, formação de professores e ambiente educativo são temas privilegiados por este grupo.
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GEA
 
Grupo de Estudo
O GEA iniciou suas atividades em 2005, na PUCPR, com o objetivo de estudar o conceito e as pesquisas sobre aprendizagem na perspectiva de autores que privilegiam este processo nas suas pesquisas.
Os encontros acontecem semanalmente, tendo como premissa oferecer um lugar onde o desejo de estar junto para aprender seja o disparador do estudo sobre a aprendizagem humana.
Faz parte deste grupo alunos da graduação, especialização, mestrado, doutorado, assim como profissionais da Educação e
professores de diferentes áreas do conhecimento. Sem sombra de dúvida, é a diversidade de perfis dos integrantes que dá o “colorido” ao trabalho.
Na coordenação do GEA contamos sempre com a organização de um dos participantes, garantindo a qualidade dos trabalhos.
Neste espaço acontece a discussão dos temas, previamente selecionados e individualmente elaborados, que no grupo são ampliados e ressignificados, considerando as experiências e conhecimentos prévios dos participantes. São momentos de trocas que permitem repensar a prática e fundamentar a teoria que a sustenta.
A partir desta experiência grupal, pesquisas, livros, artigos em periódicos e livros, dissertações e teses, trabalhos de conclusão de curso são construídos.
É um grupo de estudo aberto à comunidade. Se você ficou com vontade de estar conosco, entre em contato fazendo um comentário ou encaminhando um e-mail.
Estamos lhe esperando!
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